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Arquivo Municipal

O Arquivo da Câmara Municipal de Serpa, cuja origem se confunde com a do próprio concelho, é, também ele, fruto das vicissitudes da história, resultado da ação ao mesmo tempo corrosiva e enriquecedora do tempo. No princípio do século XVI, a sua pequena dimensão requeria apenas, como espaço próprio, uma arca onde se guardavam os principais documentos respeitantes à atividade da Câmara. Depois, com a complexificação da máquina administrativa, a multiplicação dos registos, o aumento de controle das atividades da população por parte dos governos central e local, foi tomando a forma de um complexo depósito de documentação, nem sempre ao abrigo das múltiplas depredações. Guerras, incêndios, esbulhos, simples perdas e descuidos fizeram desaparecer irremediavelmente uma importante parte do testemunho escrito da vida do concelho, sobretudo para as épocas mais recuadas.Atualmente, o Arquivo Municipal de Serpa reúne cerca de 950 metros lineares de documentação, sendo:– 226 metros lineares de documentação do Arquivo Corrente, núcleo que acolhe os documentos produzidos pelos serviços técnicos e administrativos da Câmara no decurso da sua atividade;– 600 metros lineares de documentação do Arquivo Intermédio, constituído pelos documentos que não pertencendo já ao uso corrente não podem ainda, por razões de ordem administrativa, ser objeto de triagem ou eliminação, devendo ser conservados temporariamente;– 133 metros lineares de documentação do Arquivo Histórico, onde se conservam os documentos sem interesse administrativo mas de valor histórico e patrimonial e, por isso, de conservação permanente.A documentação mais antiga inicia-se cerca de 1600 crescendo, em volume e diversidade, ao longo do século XVII. Para os séculos XVIII e XIX o fundo documental pode já considerar-se, em termos de arquivo municipal, excecionalmente rico e bem conservado. E não apenas no que diz respeito ao arquivo da Câmara Municipal já que a esse núcleo primitivo se vieram juntar, ao longo do tempo e por razões várias, fundos provenientes de outras instituições concelhias (Administrador do Concelho, Celeiro Comum, Banco Rural, Santa Casa da Misericórdia), bem como livros de associações de socorros mútuos e livros e documentos de origens diversas, nomeadamente de juntas de paróquia, de confrarias e irmandades de várias freguesias.Desde 1982 que se encontra aberta ao público a consulta de uma parte significativa da documentação histórica, tendo sido elaborado para o efeito um catálogo que facilita a recuperação da informação.Em 2001, com o objetivo de dotar o Arquivo Municipal de meios e equipamentos logísticos que o tornem um pólo de desenvolvimento do meio cultural, social, documental e bibliográfico do concelho, a autarquia candidatou-se ao Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais – PARAM – promovido pelo Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Assim, irá ser construído um edifício de raiz na zona sul da cidade, a cerca de 200 metros do centro histórico, num quarteirão arborizado, circundado pela Avenida da Paz, a rua Maria Graça Affreixo, a rua Dr. Manuel de Moura e a rua Luís de Camões. A implantação do arquivo surge junto com a da Biblioteca Municipal, constituindo ambos um edifício único embora com programas perfeitamente autónomos.Atualmente, a documentação do Arquivo Histórico pode ser consultada na Rua Dr. Luís de Almeida e Albuquerque, entre as 9h30 e as 12h30 e as 14h00 e as 17h30 horas, de segunda a sexta-feira.